sexta-feira, 22 de junho de 2012

A parte que mais me recordei fazendo o memorial.

Rafael Salles Camargos




A vida fora de casa

Foi uma decisão difícil, pois não é fácil largar amizades, casa, família e a academia que me fez campeão e partir para um lugar onde não se sabe sequer se será duradouro, mas eu não estava sozinho, cinco amigos da minha academia também tiveram a decisão em comum.
Foi tudo muito diferente no começo, fizemos uma viajem para São Paulo antes de irmos para Taguatinga para uma reunião com o presidente da confederação brasileira de lutas, lá conhecemos o resto do pessoal que iríamos conviver por um longo período de tempo, após a reunião fomos há um micro-ônibus que nos aguardava para levar-nos. Imagine só 15 atletas em um micro-ônibus viajando 14 horas até chegar em Taguatinga e assim que desembarcamos deixamos nossas coisas no alojamento e já fomos treinar, foi quando eu pensei : “ isso aqui é coisa séria mesmo”.
Já no primeiro mês duas pessoas desistiram de continuar, não aguentaram o peso dos treinamentos árduos o que causou um pouco de medo, mas segui adiante e graças a Deus e a todos os que ali estavam conseguimos sobreviver até o fim do projeto, já que o ministério do esporte não iria renovar o convênio e cada um voltou para sua casa. O projeto durou um ano e três meses de várias viagens e treinamentos intensos, foi ótimo enquanto durou, pois pude amadurecer bastante como atleta e como cidadão, foi uma experiência inesquecível.
No mesmo ano fui convocado para lutar o campeonato pan-americano de luta em Guadalajara/México onde fiz lutas duríssimas e conquistei a medalha de bronze, foi a segunda melhor experiência da minha vida, poxa uma viagem maravilhosa internacional sem ter que pagar nada, fazendo o que eu amo e ainda representando o meu país foi muito gratificante.
Hoje vivo feliz sabendo que sair de casa fez uma grande diferença na minha vida, por isso agarro todas as oportunidades que me são dadas.



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O ingresso na faculdade

Sempre quis fazer faculdade de educação física, porém o que recebo como atleta não dá pra pagar um curso e meu pai não pode me ajudar, fiquei sabendo da Fundação Helena Antipoff jogando vídeo game com os amigos e decidi fazer o vestibular. Passei, fui à aula no primeiro dia e fiquei meio assustado, pois o que eu pensava era totalmente diferente do que eu estava vivenciando naquela aula de jogos e brincadeiras, o primeiro período foi passando e eu fui me abrindo mais a ideia de lecionar e da educação física como licenciatura. Agora no segundo período vejo a educação física com outros olhos, ainda vejo o esporte como maior e melhor ferramenta pedagógica a ser utilizada nas aulas, porém minha visão de reprodução com o tempo está sendo desestruturada e dando espaço a novas questões e aplicações em uma aula de educação física na escola. Enquanto professor vou lutar para que a educação física seja mais inclusiva.
“... pensar numa Educação Física que, além da vivência de movimentos esportivos, ginásticos ou de dança, assegure também um conhecimento a respeito das expressões corporais” (Pellegrinotti, 1993; Verenguer, 1995).

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